Se por um lado existe a necessidades no campo racional em criar nomenclaturas, contornos nítidos, para sabermos exatamente do que estamos falando a cada vírgula, e de como chamar cada coisa; por outro lado a cultura marginal desperta - com uma força tão intensa quanto - a necessidade de borrar esses contornos, desequilibrar os pilares que sustentam as certezas, questionar os nomes e as funções das coisas.

Essas duas forças constroem a dinâmica desse curso, que em um primeiro momento apresenta uma seleção de definições criadas para a categoria “livro de artista”, e em um segundo momento convoca as participantes a executarem exercícios em formato prático (bonecos de livros, e-books, testes de impressão) ou teórico (resenha crítica, análise de um conjunto de obras, ou obras específicas) que evidenciem as subversões que ocorrem entre o momento de definir um conceito e criar um trabalho de arte.

Editoras e editores independentes, artistas que se auto-publicam, pesquisadoras e pesquisadores sobre o circuito de arte impressa, produtoras e produtores do meio editorial (independente ou não), público geral interessado pelo setor.

Nasci em São Paulo, em 1985, e moro no Rio de Janeiro há 5 anos. Me formei em Educação Artística com Habilitação em Artes Plásticas em 2008, pela Fundação Armando Álvares Penteado. Por oito anos, coordenei o projeto Tijuana, na Galeria Vermelho (São Paulo). Nesse período, me aproximei de artistas que faziam publicações, acompanhei e participei da edição de livros de artista, e também iniciei a Feira Tijuana de Arte Impressa. Quando me mudei para o Rio, em 2016, trabalhei por 2 anos como curadora residente da Biblioteca | Centro de Documentação e Escola de Pesquisa de Artes Visuais do Parque Lage. No mesmo período, comecei a organizar as feiras de Tijuana nas cidades de Lima e Buenos Aires, o que me aproximou de pessoas destas cidades e resultou em projetos de pesquisa sobre editoras independentes na América Latina. Em 2020, com a tijuana, comecei o projeto “Grupos de leitura e tradução sobre o trabalho editorial independente”, em parceria com a curadora Tanja Baudoin e a editora par(ent)esis. No mesmo período a tijuana se uniu às feiras Paraguay Arte Impreso (Argentina) e microutopías (Uruguai) para formar o ciclo de grupos de estudos “Formas de La Idea”, cuja primeira edição ocorreu de agosto a dezembro de 2020. Me interessa pensar no processo de criação de livros, em saber quem são as pessoas por trás das editoras independentes.